Janine Mathias, diva do Rap, jazz e samba, conta um pouco de sua trajetória num bate papo irreverente!
E ai Janine, conta pra gente como você descobriu sua paixão pela música?
Minha paixão pela música veio de berço ao lado dos meus pais. Sendo que meu pai foi quem mais me influenciou pelo fato dele ter sido sambista, família carioca samba no pé e festa, era tipo café da manhã, essencial. Mais eu não ligava muito, na adolescência me tornei evangélica e foi lá que descobri minha voz, fui ministra de louvor e comecei lá á fazer participação com grupo gospel de RAP "Verdade Relatada" onde também fazíamos ações em cadeia e na própria periferia de brasília.
Já em Curitiba, como foi essa imersão no Rap?
Eu me mudei pra Curitiba pela busca de melhores condições de vida vim de férias e nunca mais voltei pra Brasília, não pensava em nada relacionado á música,embora eu já escrevesse poesias e á fins. Recebi um convite para fazer um refrão do MC Murf que na época estava lançando um "EP" pela Track Cheio e lá o Cilho e o Cabes me fez a proposta do EP "Eu Quero Mergulhar" em meio á isso fui conhecendo vários MCs e através do MC Magú conheci o Léo Fé do Samba do Compositor Paranaense á medida que fui indo nas rodas de samba da cidade também fui me envolvendo com o pessoal, foi me aguçando até que eu acordava com letras que tinham uma melodia e não deu mais pra fingir que eu estava imersa á esse caminho.
Sobre o EP " Quero mergulhar " como foi a construção desse lindo trabalho?
O EP foi muito mais intuitivo do que uma construção propriamente dita, a primeira música foi a" EU Quero Mergulhar" faixa que intitula o disco por eu também ter pensado nela como uma Bossa Nova, as composições vieram de acordo com as intuições que eu tinha ao ouvir os beat´s a única música pensada foi a "No Flow" o Cilho começou a me questionar sobre uma música que fosse mais pista e ai pensei em escrever sobre os encontros da noite, sobre o balançar dos corações.
"No flow" e " Quando encontro o amor" foram duas músicas marcantes, mas ainda sobre "Quero mergulhar" como foi a experiência de canta-la no teatro Paiol?
"Quando Encontro Amor" foi uma parceria com Jorge Dubman e com Nel Sentimentum dois artistas incríveis que me deram total crédito sem eu nem ter nada gravado. O show do Paiol foi uma outra imersão, eu tenho muitas músicas ainda não gravadas e que dançam entre o Samba, o Soul e o RAP não me limitar é uma das coisas primordiais que penso como cantora. Então inspirada no Jackson do Pandeiro comecei á pensar no formato desse Show e no lugar onde eu achava que seria mágico fazê-lo, á final "E O Meu Samba Vai Ficar Assim" é um resumo do que eu sou quanto música, foi muito especial poder estar no Paiol agradeço á todos os envolvidos nessa realização em especial á Bina Zanete.
... Você tem algum projeto futuro ? Esta trabalhando em algo?
Sim tenho varios projetos dentre ele uma vontade imensa de retomar o espetáculo em homenagem á Elza Soares, mais o foco é a missão desse CD que mistura o RAP e o Samba embora de um tempo pra cá eu esteja compondo coisas diferentes e isso esta me intrigando, me fazendo pensar sobre a obrigatoriedade de um formato e isso não me apetece. Tenho feito várias participações que acredito que até o meio do ano serão lançadas e tem o clipe da música 'No Flow" sendo produzido por Matheus Gasparin do Centro Europeu.
Falando em participações ... Tem alguma participação que você fez ou que queira fazer que você queira destacar ...
Artista deve se misturar eu adoro fazer participações, adoro poder me embolar nas idéias do outro. Destaco
Se Pudesse Voltar no Tempo com o MC Murfee :https://soundcloud.com/janinemathias/murfee-part-janine-se-pudesse
A Vida é Mais do Que Um Sonho com Cilho e o Cabes : https://soundcloud.com/cabesmc/15-cabes-mais-que-1-sonho-part
"Cinema Divino" : a única música que gravei até agora com meu irmão e também cantor Afrorraga http://cosmoclan.bandcamp.com/track/cinema-divino-
está saindo participação com a Cida Airam, Cadelis MC, Tássia Reis. E que eu gosto tem sim alguns como: Bernardo Bravo, Karla da Silva, Elza Soares,Ellen Oléria, Rael da Rima, Karolconka, Michele Mara,Rodrigo Campos, Rodrigo Brandão, Afrorraga Ataque Beliz, Lurdez da Luz são alguns dos que amo ouvir e ver ou seja tenho muito trabalho (sonho) pra realizar.
Então pra finalizar queria que você deixasse uma mensagem pra todos os que admiram seu trabalho, pra cidade que te acolheu, Cwb a cidade das batidas .. E principalmente pra mulheres que se espelham e se inspiram em você !
CWB é meu renascimento, agradecer e construir meu caminho música é uma das maiores entregas que posso fazer, também é tão importante essa produção de RAP que existe na cidade é hora de fortalecer, trabalhar mais e mais e lembrar que o RAP é um resgate cultural que mudou a vida de várias pessoas, inclusive a minha. Eu descobri no caminho várias mulheres lindas e transformadoras tem pessoas brilhantes em todas as áreas, nosso país é um celeiro de artistas e estamos vivendo um momento muito importante de conscientização, de ser movimento e não do "movimento". Esperar ter para fazer não é realização, então vamos mergulhar na nossa essência é ela quem nos faz trilhar caminhos e nada existe sem a paixão, então apaixone-se e não esqueça de respeitar o seu amor próprio eu agradeço aos meus fãs e á todos que me fortaleceram e me fortalecem. Um Cheiro no coração, Axé, e Muita Areia!